INSPIRI visa fazer um recorte utópico e distópico sobre o anedotário socioespacial urbano e rural de Pirenópolis, "inspirado" por seu patrimônio arquitetônico, natural e cultural (material e imaterial). Trata-se de um projeto sonoro visual e (eco)turístico cultural que é uma ferramenta multifuncional e multimídia de arte-educação educomunicação aplicada ao ensino, à pesquisa, à defesa e à divulgação do patrimônio, memória, arte, sustentabilidade e turismo em Goiás e no Brasil. A ideia é divulgar acervos tradicionais e históricos, além de produzir novos por meio de conteúdos informativos e artísticos, das mais diferentes linguagens e técnicas, sobre seus ambientes construídos ("Pedras"), naturais ("Rios")e vividos ("Almas"). Com essa intertemporalidade estética, narrativa e tecnológica será possível apontar para uma interface entre o conhecimento científico e o olhar artístico, bem como entre o saber local a e a paisagem cultural, visando criar e aprimorar políticas públicas sustentáveis de gestão patrimonial da capital da cultural do Centro-Oeste.
Pensando "sustentabilidade" para além da ecologia, em intersecção com a dimensão social e econômica, é possivel evitar que as "cidades preservadas" coloquem em ameaça seu patrimônio ao transformá-lo, de forma desmedida, em ativo turístico. |
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DOS PIRENEUS DO BRASIL PARA OS PIRINEUS DA FRANÇA
O objetivo geral é, por meio da salvaguarda e divulgação educomunicativa patrimonial, amalgamar uma rede de parceiros atuantes do setor governamental, empresarial (hoteleira, gastronomia e comércio de produtos e serviços em geral), cultural, ambiental, educacional e associativo. Por meio dessa unicidade propositiva criadora de pontes entre pontos de vistas diversos, será possível despertar ou consolidar nos moradores e visitantes de Pirenópolis uma consciência socioambiental, urbano-patrimonial e artístico-cultural, que aponte também para a criação de memórias sociais para o futuro e do futuro.
“Novas políticas públicas (eco)turísticas sustentáveis e pedagógicas em Goiás e no Brasil solicitam um esforço coletivo de conscientização socioambiental e histórico-patrimonial dos territórios goianos com potencial turístico alôcentrico e cultural para turistas, mas também para muitos moradores, que, por vezes, não conhecem, nem salvaguardam o repertório histórico sobre a cultura material e imaterial da sua própria cidade. Esta ação pretende, destarte, dar visibilidade pública local, regional, nacional e internacional à Pirenópolis em momento histórico pós-pandemico, para incentivar a retomada das atividades de desenvolvimento econômico, urbano e educacional na cidade. Por meio do MOVimento ARTetetura e HUMANismo, iniciamos um projeto de extensão junto com o NPTI-FIC-UFG, apresentando um modelo pedagógico de intervenção urbana foto-musical e fruição ecoturística cultural digital, um instrumento inteligente, criativo e participativo de divulgação cultural, de educação/preservação patrimonial (arquitetônico e natural) e de city-marketing”.
FRED LE BLUE “arteteto” responsável do projeto INSPIRI
FRED LE BLUE “arteteto” responsável do projeto INSPIRI
O projeto INSPIRI participou no Estúdio Primavera com a Equipe UP Music, dentro da programação do Canto da Primavera 2022 em Pirenópolis, da gravação da música “Pedra de Pirenópolis” de Fred Le Blue. A obra tenta sintetizar um pouco o centenário imaginário urbano, por meio da alegoria das Cavalhadas e dos Mascarados, tendo como eixo central o tema da imaterialidade transcendental da cultura material, bem como o empoderamento social de mulheres e mineradores pirenopolinos, em face ao patriarcalismo patronal.
Mais especificamente, a secundarização das mulheres nas festividades da cultura popular religiosa, que apesar de participarem do musical “Pastorinhas”, nunca interpretaram o personagem principal (Benjamin) e dos mineradores da Pedra homônima à Pirenópolis, que atuam no corte e carregamento de pedras, importante atividade econômica para a cidade, mormente, de muitos moradores do Bairro do Bonfim, em sua maioria negros oriundos da zona rural. |
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“Pedra de Pirenópolis” é a primeira canção inédita a ser gravada pelo Projeto INSPIRI que tem arquegeologizado a paisagem cultural de Piri, de forma crítica e poética, para compartilhar as memórias coletivas temporais e espaciais do seu acervo patrimonial e do seu arquivo urbano (rural), estimulando uma agenda de desenvolvimento e turismo sustentável para o futuro da tradicional capital cultural do Centro-Oeste, em breve, patrimônio da humanidade.
INSPIRAÇÕES EM PIRENÓPOLIS
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As pedras que olhamos, são as mesmas pedras que nos olham. Após mais de 3 meses de pesquisa etnográfica e patrimonial, INSPIRI condensa um pouco de seus aprendizados e desdobramentos neste vídeo comemorativo desse projeto foto(vídeo)musical e (eco)turístico cultural, que tem feito um recorte utópico e distópico, orgânico e inorgânico, sobre o anedotário socioespacial urbano e rural de Pirenópolis. |
"Inspirado" por seu patrimônio natural e cultural (material e imaterial) e com interfaces de acervos tradicionais e históricos com contemporâneos e antropológicos, INSPIRI tem produzido conteúdo informativo e artístico das mais diferentes linguagens e técnicas sobre seu patrimônio histórico, ecológico e antropológico, que tem como alegoria icônica, indiciária e simbólica o principal postal turístico e paisagem cultural, que é a zona envoltória em torno da "ponte" bicolor do Carmo. Na interface entre memória coletiva e paisagem cultural com as políticas públicas de gestão patrimonial, o projeto tem tentado reposicionar a cidade de Pirenópolis como a capital da cultura do Centro-Oeste.
Neste cinesarau com imagens do artista multimídia Fred Le Blue, são apresentadas duas versões da arqueológica canção "Pedras do Chão" de Bororó, Goia e Paulo César Pinheiro, uma interpretada pelo trio musical 3X1 ao vivo e outra pelo próprio Goia em estúdio, bem como a poesia "Pedra Ocular" de Renato Castelo, declamada por Le Blue. Um brinde poético, musical e visual à cidade de Pirenópolis que revela um pouco mais dos seus recônditos segredos nas vozes e silêncios de seus peregrinos personagens, colecionadores de palavras, pedras e pessoas, à deriva de seus desejos cartográficos, sempre a flanar e plainar pelos rios e ruas de Pirenópolis que nunca dormem, apesar de dormitarem no tempo.