Folia do Divino, Império e Cavalhada de Pirenópolis são partes de uma mesma festa ritualística que tem como fio condutor a figura do imperador do divino que faz a mediação entre todos os participantes e etapas, coordenando de forma democrática os fluxos de tarefas e eventos de forma colaborativa e entusiasta. Neste filme, a vertente ARTeteTuristica do MOVimento ARTetetura e HUMANismo apresenta uma visão condensada desse período festivo dessa histórica cidade goiana, no que visa salvaguardar esse patrimônio imaterial nacional que é esta Festa do Divino de Pirenópolis.
Acompanhando o encontro dos cavalheiros na Casa do Imperador antes da saída para o pouso, os significados de "dádiva" e "gratidão" se misturam em uma só profissão de fé e amor pelo servir à Deus e à comunidade. Já observando o processo de fabricação, pelos colaboradores confeiteiros das Verônicas, que são um doce de alfininho desenhado de forma estilizado com motivos bíblicos, podemos participar da fina arte de um ritual com mais de 200 anos de história. Por fim, uma ação de educação turística e patrimonial, por meio de uma visita guiada educativa, permite perceber uma verdadeira pedagogia da folia que em Pirenópolis tem feito escola há mais de 200 anos.
Acompanhando o encontro dos cavalheiros na Casa do Imperador antes da saída para o pouso, os significados de "dádiva" e "gratidão" se misturam em uma só profissão de fé e amor pelo servir à Deus e à comunidade. Já observando o processo de fabricação, pelos colaboradores confeiteiros das Verônicas, que são um doce de alfininho desenhado de forma estilizado com motivos bíblicos, podemos participar da fina arte de um ritual com mais de 200 anos de história. Por fim, uma ação de educação turística e patrimonial, por meio de uma visita guiada educativa, permite perceber uma verdadeira pedagogia da folia que em Pirenópolis tem feito escola há mais de 200 anos.
O maior patrimônio cultural de uma cidade é mais do que os acervos e produções artísticas eruditas e vanguardistas em Igrejas, Museus, Teatros, Conservatórios e Cinemas. Mas também, a própria dimensão imaterial e vivida dos costumes cotidianos, das receias culinárias, das memórias coletivas, dos saberes locais, das artes urbanas, dos artesanatos rústicos (hippies) e das culturas populares, de uma forma geral, que, por vez, independem de anteparo físico para serem transmitidos de forma oral, de geração para geração.
Capital cultural do Centro-Oeste, berço da música e do jornalismo em Goiás, Pirenópolis é um território simbólico com muitas reapropriações geoafetivas a cada esquina. Seja através do catolicismo rural com suas festas de Divino e de Reis, bem como as Cavalhadas, ou através da música orquestral com suas inúmeras duplas, bandas, fanfarras e cortejos, passando por cantores e compositores da MPB, do Rock e do Regional, que criam uma ambiência sonora noturna para a cidade em seus badalados bares. Um caldeirão de misturas cuturais visuais e musicais que se refletem no estado da arte da alma dos seus moradores e visitantes, que dão vida e inspiração à essa cidade tão inspiradora.
3 FESTAS EM UMA
Folia do Divino, Império e Cavalhada de Pirenópolis são partes de uma mesma festa ritualística que tem como fio condutor a figura do imperador do divino que faz a mediação entre todos os participantes e etapas, coordenando de forma democrática os fluxos de tarefas e eventos de forma colaborativa e entusiasta.
Neste filme, a vertente ARTeteTuristica do MOVimento ARTetetura e HUMANismo apresenta uma visão condensada desse período festivo dessa histórica cidade goiana, no que visa salvaguardar esse patrimônio imaterial nacional que é esta Festa do Divino de Pirenópolis. Acompanhando o encontro dos cavalheiros na Casa do Imperador antes da saída para o pouso, os significados de "dádiva" e "gratidão" se misturam em uma só profissão de fé e amor pelo servir à Deus e à comunidade. Já observando o processo de fabricação, pelos confeiteiros das Verônicas, que são um doce de alfininho desenhado de forma estilizado com motivos bíblicos, podemos participar da fina arte de um ritual com mais de 200 anos de história. Já em uma ação de educação turística e patrimonial, por meio de uma visita guiada educativa, podemos aprender muito sobre a pedagogia da folia quem em Pirenópolis tem feito escola há mais de 200 anos. |
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BANDAS CENTENÁRIAS DE PIRENÓPOLIS
Mas como toda festa precisa de uma trilha sonora responsável, INSPIRI fez também um registro audiovisual da participação da Banda de Phoenix e de Couro na retomada das festividades em 2022, após 2 anos de isolamento social em função da pandemia.
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A tocata do meio dia com a longeva Banda Phoenix, somos mergulhados em um solar banho de notas breves, fusas e colcheias, uma verdadeira aula de música e coletividade, mostrando que, de forma intergeracional, as tradições culturais e religiosas, podem se fortalecer com o tempo.
O percurso percussivo com a centenária banda de Couro, que surgiu por iniciativa dos fiéis negros católicos, no sentido de participar das festividades do Divino através de um cortejo de batuques e metais, é possível entender um pouco sobre a resiliência racial e antirracismo no Brasil que ainda conserva muito resquícios do período escravocrata.
TERÇA-FEIRA DE CORES
TERÇA-FEIRA TERÇA-FEIRA DE CORES (Fred Le Blue)
Sonhos de uma tarde de inverno
No baile de mascarados diversos,
Divertidos,
Em que ninguem é barrado na entrada,
Cavaleiros e cavalos ganham formas
antropozoomórficas.
Pela porta da frente
Entrei no tapete vermelho e azul
E me ornamentaram com lanças, espadas, garruchas
e cavalinhos de paus.
_Por que se não sei usá-los?
Cores no liquidificador!
Cristãos e Mouros juntos,
no exército das rosas trocadas
E eu elevado ao status de imperador.
No coliseu das Cruzadas
Condecorei com broche do Espírito Santo
Um pangaré azarão da corte
guiado por um lobo guará
E decretei que, doravante,
Será carnaval todos os dias,
Carnaval do interior
Com pastorinhas e catireiras
Carnaval com romantismo
dos cavalheiros e cavaleiras.
Poesia criada no âmbito do projeto Inspiri realizado pelo grupo de pesquisa ARTeteTurismo, a partir de sua metodologia geoafetuva de divulgação turística e cultural, bem como pertencimento social e local em Pirenopólis, que faz uso de ferramentas artísticas aplicadas à simbolização poético-espaciais de paisagens e territórios.
Sonhos de uma tarde de inverno
No baile de mascarados diversos,
Divertidos,
Em que ninguem é barrado na entrada,
Cavaleiros e cavalos ganham formas
antropozoomórficas.
Pela porta da frente
Entrei no tapete vermelho e azul
E me ornamentaram com lanças, espadas, garruchas
e cavalinhos de paus.
_Por que se não sei usá-los?
Cores no liquidificador!
Cristãos e Mouros juntos,
no exército das rosas trocadas
E eu elevado ao status de imperador.
No coliseu das Cruzadas
Condecorei com broche do Espírito Santo
Um pangaré azarão da corte
guiado por um lobo guará
E decretei que, doravante,
Será carnaval todos os dias,
Carnaval do interior
Com pastorinhas e catireiras
Carnaval com romantismo
dos cavalheiros e cavaleiras.
Poesia criada no âmbito do projeto Inspiri realizado pelo grupo de pesquisa ARTeteTurismo, a partir de sua metodologia geoafetuva de divulgação turística e cultural, bem como pertencimento social e local em Pirenopólis, que faz uso de ferramentas artísticas aplicadas à simbolização poético-espaciais de paisagens e territórios.
O PROFANO TAMBÉM É DIVINO
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Mixando cafonice dodecafônica com maracatu "pacífico", MPB com Música Erudita, pedra dura do Rock com coração mole da Canção, carro de boi com grunidos dos mascarados, o menu cultural do soundscape de Piri, parece ser um prato cheio para quem quer se alimentar de música e de gastronomia brasileira no talo. Um balaio de "gatos urbanos" e de "homens solares" é a combinação perfeita para transformar as formas do viver.
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Partindo dessa premissa, o artista multimídia Le Blue lançou-se mais uma vez na capital da cultura do Centro-Oeste para mostrar suas cores, sabores e saberes locais. A ideia fílmica é apontar para o conceito de interterritorialidades (lugares, linguagens e espaços), que é metonimicamente representado nas imagens pela figura de um gato que atravessa todas as fronteiras. As locações ceno e audiográficas com alfaias, caixas e chocalhos foram produzidas na COEPI (Comunidade Educacional de Pirenópolis), onde são ministradas aulas de Maracatu de Baque Virado com a professora Juliana Bernardes, a partir dos rudimentos musicais e apontamentos filosóficos da Nação Porto Rico do Recife (PE).
As com voz, banquinho e violão, no Restaurante Pedreiras, dois postais culturais de Pirenópolis, este doc experimental documenta também o reencontro de dois parceiros de longa data, os cantores e compositores Tonzêra e Dante, que vieram desaguar seus aflentes espirituais no Rio das Almas para nos embalar com suas badaladas baladas, porque "a vida, às vezes, imita frases da canção". O jeito é tomar esse suco de tantas frutas e tons do cerrado feito no liquidificador sonoro que ecoam nas pedreiras e penhascos dantescos do Pireneus, esse imenso território e caldeirão musical, onde a diversidade de estilos se fundem e coexistem de forma harmoniosamente caótica e saborosa em uma maluca e saudável "com fusão".
As com voz, banquinho e violão, no Restaurante Pedreiras, dois postais culturais de Pirenópolis, este doc experimental documenta também o reencontro de dois parceiros de longa data, os cantores e compositores Tonzêra e Dante, que vieram desaguar seus aflentes espirituais no Rio das Almas para nos embalar com suas badaladas baladas, porque "a vida, às vezes, imita frases da canção". O jeito é tomar esse suco de tantas frutas e tons do cerrado feito no liquidificador sonoro que ecoam nas pedreiras e penhascos dantescos do Pireneus, esse imenso território e caldeirão musical, onde a diversidade de estilos se fundem e coexistem de forma harmoniosamente caótica e saborosa em uma maluca e saudável "com fusão".